terça-feira, 22 de agosto de 2017

CHOCOLATE O MANJAR DOS DEUSES

Oláa!! Tudo bem por aí?? Por aqui está tudo. Hoje o tempo está de chuva por aqui, embora parece que agora está a querer melhorar, o solinho pelo menos está ali a espreitar, ainda meio envergonhado. Passei por aqui hoje, só para vos trazer umas curiosidades sobre um alimento bem conhecido de todos nós.

"O chocolate é um alimento que apetece em qualquer época do ano (...). Muito apreciado em todo o mundo, pela sensação de prazer que proporciona, é difícil resistir a esta doce e nutritiva tentação."




"Reza a história que o povo Maia terá sido o primeiro a cultivar a árvore do cacau. Depois, foi a vez de os Astecas se deliciarem com este verdadeiro manjar dos deuses, a partir do momento em que, diz a lenda, o seu deus Quetzalcoatl furtou do Paraíso as sementes de cacau e lhas ofereceu. Era tal a importância do cacau que servia de moeda entre os Astecas: um escravo, por exemplo, podia ser comprado por 100 sementes. Além disso, este povo acreditava que o xocolatl - uma infusão amarga feita a partir dos grãos de cacau, à qual misturavam malaguetas, cravos de cabecinha e canela - dava poder, sabedoria e era afrodisíaco. Montezuma, o último imperador Asteca do México, chegava a beber mais de 50 porções por dia, servidas em cálices de ouro.  

DO MÉXICO PARA A EUROPA
O primeiro europeu a ver os grãos de cacau foi Cristóvão Colombo, na sua quarta viagem ao Novo Mundo. O navegador provou a bebida feita a partir dessas sementes, mas não apreciou a experiência. Pouco tempo depois levantou vela e rapidamente esqueceu o xocolatl dos Astecas - mal sabia que um dia seria apreciado em todo o mundo. Anos mais tarde o explorador espanhol Hernando Cortez e os seus soldados desembarcaram no México, de armas em riste à procura de ouro. Mas, para surpresa geral, o imperador Montezuma e a sua corte receberam-nos com cordialidade, oferecendo-lhe um grande banquete regado de xocolatl. Crente na lenda, julgavam que Cortez era a reencarnação de Quetzalcoatl, que agora tinha regressado. Corria o ano de 1519 e estava prestes a assistir-se ao fim da civilização Asteca, provocado pela ânsia de ouro dos espanhóis. Cortez respondeu com traição à amistosa recepção dos anfitriões: Montezuma é assassinado e a região passa a ser uma colónia espanhola. Na hora de rumarem à Europa, os espanhóis levavam nos porões das suas naus uma carga preciosa, constituída por ouro e sementes de cacau.  

BEBIDA PARA A NOBREZA
Ao chegar a Espanha, Cortez entrega ao rei Carlos V os grãos de cacau e a receita do chocolate, à qual acrescenta algum açúcar e baunilha, transformando a bebida num preparado mais agradável que cativa a corte espanhola. Mais: apercebendo-se do seu valor comercial, o explorador manda plantar cacaueiros desde o México até Trindade e Haiti. O chocolate torna-se rapidamente algo muito valioso e a sua produção é mantida em segredo, sendo o seu consumo privilégio exclusivo da nobreza de Espanha. Só um século mais tarde a receita do chocolate atravessaria as fronteiras espanholas, chegando à Alemanha, Áustria e Flandres e, posteriormente, a França, à corte de Luís XIV. Pouco tempo depois, atravessa o Canal da Mancha e entra em Inglaterra, onde ganha reputação de bebida alimentícia. Em 1657, abre em Londres a primeira loja especializada em chocolate. Pouco a pouco, a produção artesanal dá lugar à produção em massa e, por volta de 1730, o seu preço é já acessível a grande parte da população. O chocolate continuou a ser consumido exclusivamente como bebida até que, no final do século XIX, o suíço Daniel Peter em conjunto com o alemão Henri Nestlé conseguiram criar o chocolate de leite, que passou então a ser vendido na forma sólida. No início do século XX, descobre-se que é um excelente fornecedor de energia e, com o deflagrar da I Guerra Mundial, em 1914, vai para a frente de batalha como ração de emergência. Foram tempos difíceis para o chocolate, que sofreu restrições na importação e pesadas taxas. Somente em 1945, com o fim da II Guerra Mundial, o chocolate viria a tornar-se um dos produtos mais populares do mundo. Até hoje.


TIPOS DE CHOCOLATE
CHOCOLATE BRANCO: Os apreciadores não consideram digno de ser classificado como chocolate, pois as sementes de cacau não fazem parte da fórmula deste alimento. Resulta de uma mistura de leite, açúcar, manteiga de cacau e lecitina.
CHOCOLATE DE LEITE: As directivas estabelecem um mínimo obrigatória de 25% de cacau e é constituído por licor e manteiga e cacau, açúcar, leite e leite em pó, resultando num gosto mais adocicado.
CHOCOLATE AMARGO (PRETO): É constituído por uma elevada concentração de massa de cacau, pouca manteiga de cacau, pouco açúcar e ausência de leite. O seu sabor peculiar deve-se à elevada quantidade de massa do fruto do cacaueiro que apresenta. De acordo com as normas europeias, o chocolate preto deve usar um mínimo de 35% de cacau.

DOCES CURIOSIDADES
  • Cada inglês come em média nove quilos de chocolate por ano, uma gula de que só se aproximam os alemães (sete quilos) e os americanos (seis quilos). Os portugueses,segundo a OCDE, comem em média apenas meio quilo de chocolate por ano.
  • Muitos dos velhos mitos sobre o chocolate e a saúde têm desaparecido sob o peso das investigações cientificas. Pesquisadores afirmam que o cacau contém mais de 600 substâncias capazes não apenas de contribuir no combate a doenças cardíacas, mas também de proteger o sistema imunológico e prevenir o stress e o reumatismo. É tudo uma questão de peso, conta e medida. 
  • O chocolate favorece a produção de endorfinas - os narcóticos naturais do organismo humano. Não é por isso de admirar que sejamos invadidos por uma sensação de bem-estar quando comemos este alimento.
  • Se for puro, o chocolate tem menos gordura, grande quantidade de magnésio, ferro, niacina e menos valor calórico que o de leite ou o branco, que contém maior quantidade de cálcio, zinco, caroteno e vitamina B12.
  • A versão mais saúdável do chocolate é a amarga. Por conter mais cacau, a concentração de flavonoides é maior. Sem demasiado açúcar, nem leite, ingerem-se menos calorias pelo mesmo prazer.
  • Embora não exista evidência científica de que o chocolate é um afrodisíaco, desde o imperador Montezuma até hoje muitos são os que acreditam nas propriedades ''amorosas'' do cacau. O sedutor veneziano Casanova chamava ao chocolate ''elixir do amor''
Informação retirada da revista Continente Magazine Nº 79 de Abril de 2017
Imagens retiradas da internet

Sem comentários:

Enviar um comentário